Objetos, brinquedos, materiais escolares e até mesmo os bichinhos de estimação podem representar perigo aos pequenos, e vários cuidados devem ser tomados, principalmente com os olhinhos.


Dados da Organização Mundial de Saúde mostram que cerca de 55 milhões de traumas oculares ocorrem a cada ano, restringindo as atividades dos pacientes por mais de um dia; 750.000 deles irão requerer hospitalização. Há em torno de 1,6 milhões de cegos por traumas oculares, além de 2,3 milhões de pessoas com visão baixa bilateral e quase 19 milhões com cegueira unilateral ou visão baixa, por essa mesma circunstância. Cerca de 40% dos casos de trauma ocular ocorrem na infância, sendo a maioria deles registrados em meninos.


A maior prevalência de traumas oculares encontra-se nas crianças entre 2 a 6 anos, o que se justifica pela imaturidade do sistema motor, senso de risco limitado e curiosidade infantil natural mais aparente nessa faixa etária, conforme afirma o Dr. Alan Barreira. Porém, as lesões com maior perda visual são relatadas na garotada maior de 6 anos. Abrasão corneana causada por madeira, pedra, bola, chave, lápis e caneta é a causa de trauma ocular mais comum na infância, segundo estudos publicados no País.


Alguns cuidados para prevenir acidentes capazes de causar traumas oculares:

  • Deixar o cabo da panela virado para dentro do fogão, evitando o fácil acesso de crianças e, consequentemente, de queimaduras térmicas oculares.

  • Manter longe do alcance das crianças os produtos de limpeza, perfumes, tintas e outras substâncias químicas.

  • Não presentear as crianças com brinquedos ou objetos pontiagudos: estilingues, canivetes ou tesouras com pontas. Essa medida reduz o risco de perfuração ocular.

  • Antes de comprar uma planta nova, verifique se ela não é venenosa e apresenta perigo para os pequenos em caso de ingestão ou contato com os olhos.

  • As crianças devem ser orientadas a tomar cuidado com aves que bicam, o gatinho que arranha e o cachorro que morde.

  • Sempre que possível, supervisionar as crianças durante os jogos e brincadeiras. Ensinar as crianças a brincar e jogar com segurança, e ainda a ter consciência da possibilidade de lesões oculares.

  • As crianças devem ser orientadas a não coçar os olhos repetidamente, pois coçar muito pode facilitar o aparecimento de infecções e do ceratocone, doença degenerativa da córnea, que faz com que ela assuma um formato de cone. Isso causa um astigmatismo irregular, levando a graves dificuldades de visão, sem cura.

  • Em casa ou na escola, os responsáveis devem ficar atentos a objetos pontiagudos, como lápis e tesoura, mesmo sem pontas, pois podem se transformar em armas nas mãos  dos pequenos.

  • Mesmo em saídas rápidas, no próprio quarteirão de casa, o uso do cinto de segurança e das cadeirinhas apropriadas é indispensável e diminui o risco de perfuração ocular. Crianças de até 12 anos de idade devem estar sempre no banco traseiro. Jamais levar a criança, de qualquer idade, no colo.